Bem-aventurados os aflitos
“Bem-aventurados os aflitos, porque eles serão consolados” (Mateus 5:4).
“Bem-aventurados os aflitos, porque eles serão consolados” (Mateus 5:4).
Entre os vários ensinamentos de Jesus, certa vez ele disse: “bem-aventurados os aflitos”, ou seja, felizes os que sofrem.
Mas por que seriam felizes, se sofrem?
Na maioria das vezes o sofrimento é consequência de alguma escolha errada que fizemos, sempre podemos aprender coisas importantes com ele, e assim evitá-lo mais tarde. Da próxima vez, teremos mais cuidado e mais responsáveis para não causar sofrimento aos outros e a nós mesmos. E assim, por meio dos nossos esforços, nos tornamos pessoas melhores e alcançamos o direito de vivermos em mundos mais felizes.
Estas experiências podem parecer ruins e causar tristeza, mas, no fundo, são boas. É o que acontece com o bebê que está aprendendo a andar. Ele cai e se machuca, mas é assim que ele aprende a caminhar. As coisas que nos fazem chorar também servem para nos ensinar.
Veja, se você ficar à noite assistindo televisão até tarde, não conseguirá manter a atenção na aula do dia seguinte. Por isso, terá que estudar mais do que os seus colegas que prestaram atenção e aprenderam aquela lição.
Por que sofrem uns mais que os outros sem que entendamos as causas?
Todos nós vivemos outras existências antes desta, uma é continuação da outra. Por isso não conseguimos entender o porquê de algumas aflições.
Vivemos as consequências das nossas boas e más ações, desta e de outras existências . Saber disso, ajuda-nos a aceitar sem revolta as situações difíceis que não podemos evitar.
Por que não lembramos de nossas outras vidas?
A razão maior da vida é aprender a amar, e a lembrança de inimizades entre as pessoas da nossa família e conhecidos poderia atrapalhar o bem-querer que está se formando entre elas. Esquecemos os fatos e acontecimentos das vidas passadas, mas o espírito acumula todas as virtudes desenvolvidas, que nos faz melhores a cada existência. E essas virtudes acompanham sempre os espíritos.
E como fazer para evitar o sofrimento?
Devemos ouvir a voz interior, isto é, a nossa consciência, onde estão gravadas as leis de Deus e que nos avisa quando estivermos saindo do caminho certo.
Se todos vivessem de acordo com as leis do amor haveria só alegria.
Bem-aventuradas as aflições
O que era para ser uma linda floresta, cheia de vida vegetal e animal, pairava no ar um grande descontentamento, como uma nuvem escura, tirando a alegria de todos.
Diante deste entristecido cenário, o Leão resolveu instalar ouvidoria para detectar o grau do FIB ( Felicidade Interna Bruta) e a causa de tanto sofrimento entre seus súditos, e assim tomar algumas providências para mudar esta realidade.
Convocou a todos para tal pesquisa. Logo nos primeiros minutos uma extensa fila se formou. Na frente estava a Girafa, seguida pela Tartaruga, o Porco Espinho, o João de Barro, o Camaleão, a Coruja e assim por diante…
Seguindo rigidamente o protocolo, o Leão a todos se dirigia com a mesma pergunta, e anotava em um caderno a resposta com exatidão.
O que a faria feliz? - perguntou àquela que chegou bem cedo no local. __ Eu nunca serei feliz, por causa do meu pescoço. Eu queria que meu pescoço fosse mais curto. _ a expressão corporal da Girafa, com o pescoço caído ao chão, era desanimador.
E você Tartaruga, o que a faria feliz? Eu seria feliz se não tivesse que carregar a minha casa por todos os lugares que vou. _ a Tartaruga se arrastava cansada.
Agora era a vez de perguntar ao Porco Espinho: O que o faria feliz? Eu queria ter mais amigos, mas isto não é possível por causa dos meus espinhos.era nítida a grande distância que o Porco-Espinho mantinha em relação aos outros animais.
E você, João de Barro, o que o faria feliz? - pergunta o Leão. Eu seria feliz se trabalhasse menos, é muito cansativo construir os meus ninhos, tenho que fazer várias viagens em busca de barro. João de Barro se apresentava vigoroso e forte, embora queixoso.
Prossegue o Leão: Camaleão, o que o faria feliz? Eu vivo mudando de cor, é muita inconstância, seria feliz se tivesse uma única cor.
Chegou a vez da Coruja responder sobre o que a faria feliz. Ao que ela responde: Eu sou feliz com o que sou. Penso que se sou assim, é porque é melhor para mim ser assim, e tenho algo a aprender sendo assim, muitas vezes aquilo que nos aflige pode nos fazer crescer.
Era quase noite quando o Leão termina de interrogar os animais, com exceção da Coruja, todos se identificaram insatisfeitos e atribuíram uma causa para as aflições.
Nas primeiras horas do dia seguinte, munido das anotações feitas, o Leão foi se aconselhar com aquela que lhe pareceu a mais sábia da floresta, a Coruja.
Deste encontro, uma data foi marcada para a Coruja palestrar sobre o tema: “Bem- aventuradas as aflições”.
O Rei Leão assim como os outros animais estava desiludido, parecia carregar o mundo nas costas, e aproveitou a oportunidade para desabafar com aquela que lhe inspirava confiança, o que o afligia e o infelicitava.
Chegado o dia, todos estavam ansiosos para ouvir a palestrante, à espera de algo miraculoso que lhes traria felicidade.
A Coruja se coloca sobre um galho de árvore, de modo que todos pudessem vê-la e ouvi-la perfeitamente bem. Arregalou ainda mais seus olhos, deu o previsível giro de cento e oitenta graus para observar todos à sua volta, antes de chiuriar: __ As coisas que não podemos mudar são como são e ponto. Fez uma breve pausa, que para os presentes pareceu uma eternidade, estratégia usada para que todos pudessem sentir o silêncio dentro de si mesmo.
E continuou: Podemos nos revoltar, nos culpar, desistir de ser feliz ou aprender com estas circunstâncias indesejadas, para crescer. Tenho grandes olhos, que para muitos poderiam ser tomados como assustadores, porém com eles aprendi a ser ótima observadora, e isto tem-me sido muito útil.
Enquanto falava, olhava em amplitude, sem identificar a quem dirigia a palavra, em sinal de respeito àqueles que expressaram as suas fraquezas.
Se eu fosse um animal de pescoço bem comprido, veria isso como uma benção, pois teria ao meu alcance as folhas mais macias e verdinhas. Se estivesse presa à minha casa, aproveitaria o conforto e a segurança provinda desta situação, e a aflição do cansaço em carregá-la, logo se aliviaria. Se em meu corpo tivesse muitos espinhos, dificultando a aproximação de amigos, seria obrigada a desenvolver meios mais sutis de me relacionar e cativar o outro, por nada perderia esta oportunidade de aprimoramento. Ah! quanto poderia realizar se tivesse o dom da engenharia para construir moradias, nunca me faltariam motivos para me sentir útil. O que para muitos é problema, para outros traria só alegria, tornando a vida festiva em uma explosão de cores.
E assim, um a um a Coruja foi mostrando como as aflições podem ser motivo de crescimento, se forem bem pensados.
Ao entardecer, a Coruja comentou o infortúnio daquele que foi o último a queixar-se: Para alguns pesa a responsabilidade de orientar multidões, e o medo de estar cometendo erros, pois eu lhes digo, qualquer missão tomada com amor e humildade será motivo de grandes alegrias. - ao terminar a sua palestra , o clima era de grande contentamento!
Todos se colocaram felizes a cantar!
Autora: Anabela Sabino
Feliz a cantar
D Em
Eu levo a vida, feliz a cantar.
A D
Despreocupado é meu caminhar.
D7 G
Não tenho problemas, não tenho aflição.
D A D
Eu tenho Jesus no meu coração.
D A
Eu tenho Jesus no meu coração.
A7 D
Eu tenho Jesus no meu coração.
D7 G
Não tenho problemas, não tenho aflição
D A D
Eu tenho Jesus no meu coração.
Esta canção era a preferida de Francisco Cândido Xavier, porque ele aprendeu a cantá-la com sua mãe.
Autores desconhecidos.
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